Vera Pessoa

 

A Bíblia apresenta-nos um Deus sempre disposto a abençoar, sempre pronto a ensinar-nos as maneiras mais produtivas de beneficiarmo-nos de Suas bênçãos. É nesse contexto que o Senhor aconselha aos jovens: “Lembre-se do teu Criador enquanto você ainda é jovem, antes que venham os dias maus e cheguem os anos em que você dirá – Não tenho mais prazer na vida”. (Eclesiastes 12:1).

Ressalto, pela minha convicção, que Ele ainda está a nos dizer, a nós, que não mais somos cronologicamente jovens: “Lembra-te do teu Criador” nos dias da tua saúde mental, física, emocional, alma e espírito, antes que venham os maus dias e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: “Não tenho neles contentamento”.

Devemos dobrar-nos diante desse ensinamento, não somente por nós mesmos, mas, também, pela responsabilidade que temos para com as nossas crianças, para com os nossos jovens e para com o outro. Afinal, educadores “exemplares”, eternamente, devemos ser.

A tradição popular divulgou a crença de que devemos envolver-nos com Deus e as coisas da religião somente quando os anos começam a atrapalhar os benefícios e os prazeres da vida. Os que acreditam nessa tradição são as pessoas que somente percebem sacrifícios e incômodos na sua relação com o espiritual.

Visto por essa ótica, o relacionamento com Deus só deveria ser cultivado pelos idosos. Afinal de contas, “a vida não tem mais atrativos para o corpo envelhecido...”. O que é uma inverdade, não? Quem está na faixa etária dos quarenta, e acima desta, bem sabe que estou com a razão. Que a aproveitemos com sabedoria em todos os aspectos, isso sim! Pois assim agradaremos ao Senhor!

O autor do livro de Eclesiastes parte de uma premissa completamente diferente da que mencionamos acima. Para ele, comungar com o Senhor é prazeroso, porque, na verdade, a vida saudável e satisfatória ocorre naturalmente quando aprendemos a conviver construtivamente com o autor e sustentador da própria vida. Desta forma, partindo dessa convicção, quanto mais cedo nos envolvermos com Deus, mais saudavelmente viveremos.

Faça isso, então, “enquanto você ainda é ‘jovem’”. Lembremos o que nos disse Victor Hugo: “Pois vêem-se chamas nos olhos dos moços, mas, no olho do ancião, vê-se a luz”.

“Deus entregou aos velhos um grande benefício em lugar da memória: a prudência obtida pelo uso das coisas e um juízo mais agudo e eficaz.”(Juan Luis Vives).