Vera Pessoa
Antes que meu sonho teça
Mitologias e cosmogonias,
Antes que o tempo se cunhe em dia,
Quero novamente ver o meu sempre
mar.
O sempre mar que lá já estava e é
pura harmonia.
Ser perverso e simulado, que rói
pilares
Da terra e da alma, é um mar e é
muitos mares.
Quando para o mar olho é como se o
visse pela primeira vez,
Sempre. Como o assombro que as
coisas doídas
Deixam sinais cunhados na alma.
Como o fogo de uma fogueira.
Agora, quem é o mar e quem sou eu?
Sabê-lo-ei no dia que se seguirá a
minha agonia!
São Paulo, 26.VII.2013.
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