Vera Pessoa
No livro de Gênesis da Bíblia Sagrada, no capítulo trinta e dois,
encontramos a narrativa de que Jacó obteve a vitória e a benção não
pela luta travada com o anjo de Deus, mas porque ele se agarrou a
Deus. Jacó tinha a coxa deslocada e não podia lutar,
mas não largou aquele que lutava com ele. Impossibilitado de lutar,
enlaçou com os braços o seu misterioso antagonista e prendeu-se a
ele com seu corpo pesado e incapacitado, até que finalmente venceu.
Jacó, porém, ficou só; e lutava com ele um homem até o romper do dia. Quando
este viu que não prevalecia contra ele, tocou-lhe a juntura da coxa,
e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, enquanto lutava com ele. (Gênesis
32:24-25).
O mesmo ocorre conosco quando nos socorremos a Deus pedindo uma
benção. Não obteremos vitória na oração enquanto não cessarmos de
lutar, rendendo a nossa própria vontade e lançando os braços –
agarremo-nos ao Pai na fé que descansa.
O que podemos com as nossas debilidades humanas tomarmos por meio da
força o que o Onipotente tem nas mãos? Podemos por acaso arrancar
Dele as bênçãos que necessitamos? Nunca é a violência ou a
voluntariedade nossa que nos fará vencer a Deus, mas sim o poderoso
descansar Nele por meio de nossa fé. Por meio dela obteremos a
vitória e a benção que buscamos. Quando unimos a humildade e a
confiança e abandonamos a nossa impulsividade e a nossa própria
vontade é que recebemos o que pedimos em oração. Tudo pode ocorrer
quando clamamos com sinceridade de coração:
Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a
minha vontade, mas a tua. (Lucas 22:42).
São Paulo, 30.XI.2014.
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