Vera Pessoa
O Carnaval, vida plena enganadora,
mata.
O seu silêncio não canta nem fala:apenas ri.
Seu movimento sem antes, nem depois, nem agora.
Cores sem colorido, sem pigmentos , inexistentes.
É o falível que se anuncia.
Não participes: fujas ...
Nem o ouças:ensurdeça-te.
Oh, tanto o cantar sem ouvir,
como o falar sem sons,
pular sem sentir,
é tudo pleno dos mortos
bem debaixo dos pés!
São Paulo,10.II.2015
|