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Vera Pessoa
 

A dor da alma influencia diretamente sobre a intensidade das dores do corpo, podendo o contrário ser, também, verdadeiro. Contudo, a dor da alma é um tipo de dor muito mais atroz do que a dor física.Essa dor pode ser traduzida, por exemplo, por uma noite escura, um grande vazio, como se tivéssemos enfrentando um abismo infinito. Abismo do qual a pessoa imagina nunca mais sair e/ou nunca mais encontrar o caminho de volta à luz.É como se tivéssemos permitido que a vida levasse para longe de nós o sonho de felicidade. Segundo a psicologia analítica e a medicina, a pessoa está assolada pela tristeza profunda (Jung) ou pela depressão (Freud).

A depressão na linguagem freudiana pode ser: biológica ou depressão reativa. Na visão junguiana, a depressão não é necessariamente patológica. Já Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (Dicionário Brasileiro da língua portuguesa),define a depressão como sendo "(...) abaixamento de nível, resultante de pressão ou de peso; baixa de terreno ou ainda, abatimento moral ou físico, letargia” .Realmente, quando uma mente apresenta-se em estado de depressão (ou tristeza profunda), assemelha-se a um terreno em desnível, podendo acumular impurezas, dando surgimento aos mais variados problemas de saúde.

A dor da alma, diferentemente da lesão física, implica em uma dor não visível por todo o corpo. Essa dor pode provocar um aperto no peito, uma sensação de que o coração está a parar, uma dificuldade para respirar, tontura, insônia, náusea e outras diversificadas dores em termos de sintomas e intensidades. Não sendo, entretanto, percebidas (palpáveis) por meio de exames clínicos médicos e/ou laboratoriais.

Pessoas diante de pesares e aflições da vida, ao sentirem dores da alma, assim podem expressar-se: “Enquanto eu via a dor do Outro eu chorava, internamente, e sentia dores muito no fundo do meu coração”. No entanto, observamos que existem pessoas, especialmente as consanguíneas, as da área da saúde, as da educação e outras, as quais estão no entorno do ser que está a sofrer, tendem a criticar com zombaria, a condenar e a punir a pessoa sofrida. Esquecendo-se, desconhecendo, intelectualmente, e/ou em espírito que todos nós somos alunos na escola pura da vida.

Assim, as dores da alma são educadores, instrutores e/ou mestres particulares que Deus nos concede. São dádivas divinas para que cada pessoa, de acordo com suas experiências, vença seus bloqueios, obstáculos e as dores íntimas e as causadas pelo convívio social - e para que a pessoa cresça indefinidamente ao infinito: sempre em ascensão.

São Paulo, 27.III.2008

 

 

 

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Música de fundo: Frans Peter Schubert

(Himmelpfortgrund, 1797 — Viena, 1828)

"Schwanengesang" D 957 - Lieder: "Ständchen" (Serenade)

orginally for tenor and piano, arranged for cello and piano in D minor -

Performed by Anne Gastinel, cello & Claire Désert, piano
 

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