Vera Pessoa
 

 

1  Por que te glorias na maldade, ó homem poderoso? Pois a bondade de Deus dura para sempre.

2  A tua língua urde planos de destruição; é qual navalha afiada, ó praticadora de enganos!

3  Amas o mal antes que o bem; preferes mentir a falar retamente.

4  Amas todas as palavras devoradoras, ó língua fraudulenta!

5  Também Deus te destruirá para sempre; há de arrebatar-te e arrancar-te da tua tenda e te extirpará da terra dos viventes.

6  Os justos hão de ver tudo isso, temerão e se rirão dele, dizendo:

7  Eis o homem que não fazia de Deus a sua fortaleza; antes, confiava na abundância dos seus próprios bens e na sua perversidade se fortalecia.

8  Quanto a mim, porém, sou como a oliveira verdejante, na Casa de Deus; confio na misericórdia de Deus para todo o sempre.

9  Dar-te-ei graças para sempre, porque assim o fizeste; na presença dos teus fiéis, esperarei no teu nome, porque é bom. (Salmos 52:1-9 - João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada)

Segundo a tradição judaico-cristã, o autor do Salmo cinqüenta e dois é o Rei Davi, que faz uma súplica pessoal a Deus. O salmista havia constatado a arrogância e a prepotência do ímpio. Este pretendia ocupar o lugar de Deus, e, por isso, o salmista clama contra tal atitude do ímpio. O Salmo é uma oração de súplica pela intervenção de Deus para acabar com as tramas do ímpio, inimigo do povo de Deus, embora fizesse parte desse povo.

A divisão desse Salmo, dos versículos um a quatro, mostra-nos o modo de pensar e o agir do ímpio que representava o israelita que não praticava no dia-a-dia a Lei de Deus. O versículo cinco apresenta-nos a ameaça de Deus ao ímpio. Nos versículos seis e sete, temos o retrato do ímpio, e o versículo oito leva-nos a observar a expressão de confiança do salmista. Concluindo, no versículo nove, Davi mostra-nos a promessa de louvor permanente por parte do salmista.

O Salmo dá-nos um exemplo da confiança de uma  pessoa que é fiel a Deus diante da violência e arrogância do  ímpio.

● O modo de pensar e agir dos ímpios

“Por que te glorias na maldade, ó homem poderoso?” (versículo um)

A palavra, no original traduzida por “maldade”, refere-se a um ato de rebelião contra Deus, pois Deus é bondade.O coração é o centro das emoções para o autor do Salmo. Há no coração do ímpio a voz da transgressão. Assim, ele comete transgressão não pelo exemplo dos outros, mas pelo seu próprio coração, a fonte do pecado. A jactância faz parte do seu caráter. O ímpio crê que Deus existe, ou seja, não nega a existência dEle, mas é um ateu prático. O ímpio não tem o temor de Deus no seu coração, e, por ser ateu prático, ele não o respeita nem o teme. Assim, por não O temer, ele tem uma ética que não considera a lei, a aliança e a vontade de Deus, e o seu caminho é mau (Provérbio 2:15).

A tua língua urde planos de destruição; é qual navalha afiada, ó praticadora de enganos!

Amas o mal antes que o bem; preferes mentir a falar retamente.

Amas todas as palavras devoradoras, ó língua fraudulenta!” (versículo 2 a 4).

O uso que o ímpio faz da sua língua é determinado por aquilo que ama do fundo do seu coração, pois o coração, na teologia bíblica, é a fonte, e a linguagem é a corrente que parte do íntimo do “ser”. Assim, suas palavras são mentirosas, enganadoras e premeditadas e maldosas e, em sua vida, ele só pratica o mal, pois age como se Deus não existisse. Portanto, os seus planos estão voltados para praticar a injustiça, praticando a justiça própria, roubando e oprimindo.

● A ameaça de punição ao ímpio

“Também Deus te destruirá para sempre...”(versículo cinco).

Nesse versículo, nota-se o salmista predizendo ao ímpio um futuro sombrio, pois este confia em si mesmo e, por estar de costas para Deus, rejeita a misericórdia de Deus. Segundo o salmista, há uma ameaça de punição divina para acabar com o efêmero triunfo do ímpio; banindo-o de sua tenda, de sua família e tirando-lhe a vida.

No Salmo primeiro, dos versículos quatro a seis, o salmista fala-nos do caminho dos ímpios. Assim, Davi mostra o fim triste do ímpio, em contrate ao do justo. Se a figura anterior do justo é de firmeza, vida e vitalidade, esta, para mostrar o fim do ímpio, é de destruição. A ideia é de um monte de palha de trigo moída quando atingida por um pé de vento. Essa figura serve para mostrar que a existência, os planos, os prazeres, os propósitos e a vida do ímpio, tudo é passageiro. Outro aspecto do destino do ímpio: não tomará parte na congregação dos santos, isto é, não terá parte com o povo de Deus que segue a justiça da Palavra de Deus.      

● O retrato do ímpio

“Os justos hão de ver tudo isso, temerão e se rirão dele, dizendo:

Eis o homem que não fazia de Deus a sua fortaleza; antes, confiava na abundância dos seus próprios bens e na sua perversidade se fortalecia.” (versículos seis e sete.)

Davi descreve o retrato do ímpio e neste o ímpio é desprezado. A confiança do ímpio é falsa, pois sua confiança está nas riquezas. Portanto, aquele que confia em si mesmo, está expulsando Deus de sua vida, e os valores éticos e religiosos são pautados por si mesmo. Portanto, o retrato do ímpio para seu escarmento é triste e sombrio. Experiência, lição ou desengano que faz não ter vontade de tornar a dizer ou a fazer qualquer coisa. A congregação dos fiéis, pelo horror de associar-se a um réu da condenação divina, dele se afasta para não se enredarem na ostentação de sua riqueza e poder.  

● A expressão de confiança do fiel

“Quanto a mim, porém, sou como a oliveira verdejante, na Casa de Deus; confio na misericórdia de Deus para todo o sempre.” (versículo 8)

O fiel à Aliança comparece à presença do Senhor no Santuário e participa do Culto. Ele é abençoado em todos os aspectos da sua vida, ainda que venham as tempestades, porque o Senhor é fonte de vida e de luz. Ele é como a oliveira verdejante e a sua confiança está na misericórdia de Deus. 

● Louvor fruto da confiança em Deus   

“Dar-te-ei graças para sempre, porque assim o fizeste; na presença dos teus fiéis, esperarei no teu nome, porque é bom”. (versículo 9)

Davi expressa à confiança na bondade de Deus, pois nEle há vida e luz. A vida e luz são colocadas no Antigo Testamento lado a lado. Assim, o salmista descreve Deus como fonte ou manancial de vida e como luz. A vida tem como fonte o próprio Senhor e a Sua luz faz parte da Sua natureza. O culto da congregação reúne os fiéis que prestam a Deus sua adoração e louvor, pois Deus se agrada de nosso louvor. E é esse o sentido da adoração, pois o nome de Deus é para ser respeitado em todos os sentidos. Assim, quando os fiéis estiverem reunidos para adorar ao Senhor, todo respeito é requerido dos fiéis.

O Salmo 52 mostra-nos a jactância do ímpio e a confiança do fiel. Porém, as aparências enganam. Há cristãos que parecem não ser prósperos e há ímpios prósperos. Como analisarmos essas aparências que saltam aos nossos olhos?

Jesus Cristo deve ser o nosso exemplo de comportamento (1 Pedro 2: 22). Ele é o oposto à ética e à sabedoria do ímpio, que vive dos prazeres da carne (2 Coríntios 1:12).

A ética cristã caracteriza-se pelo: (a) nosso amor a Deus; (b) nosso amor a Cristo; (c) nossa fé; e (d) nosso amor mútuo.  O cristão confia e dedica-se a Deus, pois sua vida tem como fonte o próprio Senhor Jesus Cristo que é a própria Luz do mundo.  Portanto, como salvo em Cristo, ele deve agradecer a salvação que nos é dada pela morte vicária de Jesus e anunciar Seu amor e Sua graça aos que nos rodeiam e que não sentem a mesma fé e esperança que temos no Criador.

Oremos para que haja relação entre nossos atos de adoração, louvor e comportamento nas pessoas que buscam a Deus. E que sejamos éticos, mesmo com nossas dificuldades, em todas as dimensões, pela salvação selada pelo Espírito Santo, e que haja atuação do Espírito Santo no nosso meio, pois Ele atua onde quer e quando quer.

 

 

 

 

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Sons de fundo - Sound Of The Shofar

 

1-http://youtu.be/j8t1r2DSxsg

Shofar (do hebraico שופר shofar ) é considerado um dos instrumentos de sopro mais antigos. Somente a flauta do pastor – chamada Ugav, na Bíblia – tem registro da mesma época, mas não tem função em serviços religiosos nos dias de hoje.O shofar não produz sons delicados como o clarim moderno, a trombeta ou outro instrumento de sopro, mas para os judeus, o shofar não é apenas um instrumento "musical". É um instrumento tradicionalmente sagrado.Na tradição judaica, lembra o carneiro sacrificado por Avraham (Abrão) no lugar de Yitschac (Isaac) através da história da Akedá (amarração de Yitschac), lida no segundo dia de Rosh Hashaná.

 

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