Abatidos, mas não destruídos
Vera Pessoa
Nos
últimos três anos, temos recebido pedidos de desculpas de algumas
pessoas por terem, talvez, acreditado em rumores que corriam sobre a
nossa pessoa na internet. Uma dessas pessoas contou-nos que
desejavam a morte ou algo similar a nós. A ela escrevemos pedindo
que não se punisse, pois gostávamos dela, e que nossa amizade,
nascida há anos, tem sido honrada. E nada mais comentamos nem
naquela mensagem e nunca mais.
Em
relação às outras pessoas, “desconhecemos” as suas mensagens como se
não as tivéssemos lido. Sabendo que esse nosso comportamento apenas
reforçaria, infelizmente, o que uma dessas pessoas dizia-nos ao
enviar-nos mensagens: que lêssemos sua carta, porque não líamos
mensagens.
Nosso comportamento é resultante, unicamente, do que temos observado
há anos e anos - que todos os humanos, indistintamente, passam por
momentos difíceis e, às vezes, muito e muito difíceis... Sendo isso
inevitável, porque vivemos em um mundo social povoado por pessoas
distintas com formações e sentimentos bem diferentes. Havendo,
também, a variável: o aperfeiçoamento em Jesus Cristo de todos os
que buscam a Jesus, encontrando, finalmente, o único fio de ouro que
nos leva à vivência razoável emocional no aqui-agora e a vida eterna
com Deus.
Por
meio da Bíblia sagrada, observamos que, assim como todos nós, o
apóstolo Paulo passou por momentos terríveis por causa de sua
decisão de negar-se, tomar a sua cruz e seguir Jesus. Como nós
humanos, ele também pecou por ser humano.
Paulo escreveu: “São hebreus? também eu; são israelitas? também eu;
são descendência de Abraão? também eu; são ministros de Cristo? falo
como fora de mim, eu ainda mais; em trabalhos muito mais; em prisões
muito mais; em açoites sem medida; em perigo de morte muitas vezes;
dos judeus cinco vezes recebi quarenta açoites menos um. Três vezes
fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri
naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens muitas
vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos
da minha raça, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em
perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos
irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e
sede, em jejuns muitas vezes, em frio e nudez”. (II Coríntio,
11:22-27).
Paulo tinha vários motivos para desanimar e desistir da tarefa que
Deus lhe dera, mas prosseguia para o alvo, pelo prêmio da soberana
vocação de Deus em Cristo Jesus. (Filipenses 3:14).
Algumas vezes, passamos por situações tão espinhosas que não
conseguimos enxergar soluções, e todas as nossas energias são
consumidas e sentimo-nos fracos demais para lutar. Nessas situações,
ficamos “desesperados” e choramos como crianças incapazes de reagir,
tendo “apenas” a Palavra e a música para consolar-nos e levar-nos a
calar e a meditar, meditar e meditar.
Nessas situações de aflições, somos puxados a lembrarmo-nos do
apóstolo Paulo, pois precisamos lembrar-nos da atitude que ele teve
quando as enfrentou. O apóstolo disse: “Porque, quando estou fraco,
então, sou forte” (II Coríntios, 12:10). O poder de Deus
aperfeiçoa-se em nossas fraquezas e torna-nos fortes. Não importa a
grandeza do problema diante da soberania de Deus, somos vasos de
barro revelando o infinito poder do oleiro, Deus.
O
grande amigo de Deus, apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo,
escreveu: “Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a
excelência do poder seja de Deus e não de nós. Em tudo somos
atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados;
perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos.”
(II Coríntios, 4:7-10).
Por
meios desses versículos, observamos que aqueles que caminham com
Cristo – que é o verdadeiro e único caminho -, passam por
necessidades e por situações extremamente difíceis, mas não perdem a
esperança porque o Senhor nunca os abandona e Ele os faz mais do que
vencedores. (Romanos, 8:37).
Aprendamos com os versículos de II Coríntios, 4:7-10, que estando em
tribulação, aflição, Jesus Cristo não nos deixará ficar derrotados.
Somos envergados pelas nossas dores, mas não nos destruímos.
Surpreendemo-nos com tragédias, especialmente com as repentinas, mas
o Senhor caminha conosco e não nos deixará desanimar. Se
perseguirem-nos por qualquer razão, não temamos, pois Deus é a nossa
justiça e não nos deixará desamparados.
Se
chegarmos a sentir-nos abatidos e derrotados sem oportunidade de
voltarmos a desempenhar a nossa tarefa, a lutar, saibamos que o Deus
Todo Poderoso não deixará nós sermos destruídos e sempre estará
pronto para levantar-nos: Sosseguemos!
Confiemos no que Jesus disse: “no mundo tereis aflições, mas tende
bom animo; eu venci o mundo”. (João 16:33).
São Paulo, 16.1.2015.
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